''Os sapatos pretos de sempre, nada de vermelho'', diz Bergoglio ao seu sapateiro

Mais Lidos

  • Alessandra Korap (1985), mais conhecida como Alessandra Munduruku, a mais influente ativista indígena do Brasil, reclama da falta de disposição do presidente brasileiro Lula da Silva em ouvir.

    “O avanço do capitalismo está nos matando”. Entrevista com Alessandra Munduruku, liderança indígena por trás dos protestos na COP30

    LER MAIS
  • Dilexi Te: a crise da autorreferencialidade da Igreja e a opção pelos pobres. Artigo de Jung Mo Sung

    LER MAIS
  • Às leitoras e aos leitores

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

Por: André | 15 Abril 2013

“Os sapatos pretos de sempre, nada de vermelho”: fiel ao seu estilo austero e leal com seus amigos, o Papa Francisco telefonou a Carlos Samaria, seu “sapateiro de cabeceira” há 40 anos, para pedir-lhe que não mude o modelo dos sapatos que usará a partir, seguramente, do mês de maio.

A reportagem está publicada no sítio Vatican Insider, 14-04-2013. A tradução é do Cepat.

“Um corte simples, de couro preto e liso. Quando se pega um sapato do Papa parece uma galocha, sem adorno, mas com cordões”, contou o sapateiro de 81 anos ao jornal argentino Clarín. Samaria conhece Bergoglio desde que este era reitor do Colégio Máximo dos Jesuítas em San Miguel, e desde então fabrica e concerta os calçados de seu humilde amigo, o Pontífice.

“Ele não quer sapatos novos, só que conserte os velhos, mas agora lhe preparo um par simples, mas novo, para quando me avise que o possa visitar, em maio”. Com emoção, o sapateiro do papa recordou as solas gastas de Francisco, quando as mostrou ao ser consagrado bispo e depois cardeal. Na cerimônia, os consagrados devem deitar-se no chão, em sinal de humildade.

Por isso os sapatos do pescador são humildes e cômodos. Assim os prefere Francisco, quase como as sandálias do pescador da Galileia. “Ele é humilde como um passarinho”, disse do Papa no refeitório de sua casa da rua Montevideo. Ali se reuniam para comer peixes quando ainda era cardeal. Há duas semanas, o Pontífice o acordou com um telefonema às 7h30 com o já clássico: “Olá, Samaria, fala Bergoglio”. O sapateiro ainda estava meio dormindo e não entendeu bem: “Quem?”. “Francisco, o Papa, Samaria”. Então Samaria lhe perguntou de que cor queria os sapatos e o Papa lhe respondeu que preferia “os pretos de sempre, nada de vermelho”.

E em tom de brincadeira, Samaria lhe disse: “Não quer que lhe faça umas luvas de amianto? Porque quanto maior a maçaneta, mais queima”. O Papa riu com satisfação e lhe disse: “É uma brincadeira muito boa, tem razão Samaria”. E lhe agradeceu com seus modos humildes e simples.